26 de jul. de 2011

Kindle no Brasil! Tudo O Que Você Precisa Saber


A Amazon oferece seu e-book reader, o Kindle, para mais de 100 países, incluindo o Brasil, desde outubro de 2009. Para tanto, foi firmado um acordo com a empresa de telefonia americana AT&T, que vai utilizar sua rede global de roaming 3G para tornar tudo possível. Sem delongas, vamos ao que importa.

Como Comprar E Quanto Custa

Todas as compras devem ser feitas via Amazon.com. Caso esteja interessado, corra, pois não vai dar pra quem quer, e você estará disputando com gente do mundo inteiro pela chance de comprar um. E daqui até o natal deve ser uma novela, estoques esgotados a todo momento. Veremos se a Amazon vai conseguir suprir essa nova demanda global.
O Kindle 3 Internacional teve fase de pré-compra de 29/07/2010 até o final de agosto. As entregas começaram em 27 de agosto de 2010 e sua chegada ao Brasil foi em setembro.
As versões do Kindle custavam respectivamente US$ 139,00 (wi-fi apenas) e US$ 189,00 (wi-fi + 3g). Até um mês antes o Kindle custava U$289… uma queda muito bem-vinda no preço, graças à crescente concorrência de Nook e Apple! No entanto, a Amazon recolhe no ato da compra o valor do imposto de importação, para que o mesmo seja pago de prontidão e sua entrega agilizada — o que quer dizer que o Kindle vai chegar mais rápido, mas também que é garantido de se pagar os 60% de imposto. Na verdade, é pior: a Amazon recolhe uma alíquota equivalente a 100% e te devolve o que sobrar após a alfândega. Mas considerando a cotação atual do dólar e o preço super camarada do Kindle, o preço final ainda fica muito bom, entre R$ 300,00 e R$ 400,00 dependendo da versão que você compra. Imagine que há nove meses atrás, no momento da compra pelo website da Amazon o preço era de quase R$1000,00… o Kindle está mesmo muito barato hoje.
Uma alternativa é comprar o Kindle versão internacional em solo americano, pessoalmente ou via um conhecido, e trazê-lo na bagagem ou mesmo na mão, efetivamente evitando qualquer imposto de importação. Isso porque esse modelo internacional do Kindle, que você pode comprar pela Amazon e receber na sua casa no Brasil, é o mesmo aparelho sendo oferecido para todos os países, inclusive para americanos que querem um Kindle para quando eles estiverem fora do país. Outra possibilidade é tentar comprá-lo pelo eBay, onde pelo menos pode-se sonhar com a possibilidade de não pagar imposto algum.

A Pegadinha: O Que Não Foi Dito
Cada download feito pelo Kindle custa um adicional de U$1,99, hoje uns R$3,50. Isso mesmo, cada um, além do preço do livro. Isso inclui os casos em que você apenas quer refazer o download de um livro que já havia comprado: paga a taxa de novo. Tava achando que a Amazon tinha um coração amazônico, né? Isso vale para qualquer lugar fora dos Estados Unidos, inclusive para americanos que estiverem fora do país.
Claro, isso se aplica quando fazendo a compra ou o download direto do Kindle, de onde quer que você esteja. Não há nenhum custo, fora o preço do livro, caso você compre pelo computador e transfira via USB para o Kindle, como acontece com quase todo e-book reader atual.

O Que Nós Passamos A Ter

Na verdade estamos dentre os países mais bem agraciados no quesito disponibilidade de livros. Teremos um catálogo de 500.000 livros eletrônicos de língua inglesa, dentre os quais 100.000 estão abaixo de 10 reais (U$6)!! O preço dos livros restantes fica na média de U$12, ou vinte reais.
Nada mal, especialmente se comparados aos segundos maiores mercados de língua inglesa, Reino Unido (280.000 dos quais 70.000 abaixo de U$6) e Canadá, este último que incrivelmente não está incluso nos 169 países anunciados hoje! Na média os países terão acesso a 200.000 títulos, veja esta tabela para detalhes.
Já existe a possibilidade de publicar independentemente um livro no Kindle Store. Qualquer brasileiro com uma conta na Amazon pode fazer isso por meio do serviço Digital Text Platform — isso mesmo, qualquer um pode vender e-books por lá. A coisa vai ficar legal com livros a rodo em português.
Acesso via assinatura eletrônica a grandes jornais do mundo inteiro, incluindo The New York Times, El País, The Daily Telegraph, Le Monde e pasmem: O Globo! Essa assinatura vem em opção única: paga-se U$5 (R$9) semanais e tem-se acesso a todos os jornais oferecidos, que são muitos. Como alternativa, você pode comprar uma única edição de qualquer um dos jornais por U$2.
Possibilidade de carregar no Kindle documentos pessoais em formatos como Word e PDF, grátis se feito via USB (intermédio do computador), ou por uma taxa de U$1 por megabyte via wireless 3G, o que pode sair bem caro. Neste método wireless, você envia o documento para um email da Amazon, e eles entregam-no formatado no seu Kindle, bom para carregar para o Kindle anexos de emails quando em um cybercafé.

O Que Nós Não Teremos (Ainda?)
Aproximadamente 60.000 títulos não estarão disponíveis para consumidores brasileiros (visto que o catálogo total passa de 500.000 livros). Isso se deve a editoras que não podem, ou não querem oferecer suas obras fora dos Estados Unidos, prática mais comum do que gostaríamos. Talvez a Amazon consiga fazer negócio com elas, e a disponibilidade para nós aumente aos poucos.
Assim como em todos os outros países, não há até o momento informação sobre possíveis acordos com editoras brasileiras, para que tenhamos e-books em português para o Kindle.
Não teremos acesso à leitura dos mais de 7.000 blogs que os americanos tem, cujas novas postagens são atualizadas automaticamente para o Kindle.
Também não poderemos usar o experimental navegador de internet embutido no Kindle, para ver qualquer página da web, regalia hoje dos Estados Unidos, Hong Kong, Japão e México.

O Que Mais Você Deve Saber

O Kindle usa um formato próprio, e com DRM, então os e-books comprados da Amazon não são compatíveis com nenhum outro aparelho, salvo quem sabe, em breve, o iPhone. Nos Estados Unidos essa possibilidade já existe, e cogita-se expansão para a plataforma Android, da Google.
Ainda que disponíveis no iPhone e em outros celulares de última geração num futuro próximo, você não pode converter seus arquivos para nenhum outro formato, e a Amazon não dá nem sinal de suporte ao padrão internacional e livre adotado pela Sony, o ePub.

O Que Vem Por Aí

Um Kindle DX com wi-fi seria ótimo, ele ainda é hoje o melhor custo-benefício para ler qualquer PDF, de revistas a livros técnicos, devido à sua generosa tela de 9.7 polegadas. E se já está todo mundo impressionado com o fenômeno Kindle, aguardem 2011, porque a projeção é de que as vendas do aparelho dobrem. Isso só em solo americano.

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