18 de out. de 2011

A Mecânica da Ação


Ação – Palavra pequena, mas poderosa, de muitos significados.  Às vezes eu me pergunto se nós, ocidentais, tão afoitos, entendemos o seu verdadeiro sentido.
Frases com “temos que agir rápido”, “você tem que agir agora”, “fulano é homem de ação” ou “beltrano é totalmente sem ação”, nos dão uma falsa idéia sobre sua dinâmica e os resultados que podemos esperar dela.
Para cada situação com que nos defrontamos no dia a dia existe sempre um apelo de ação, que uma vez bem executada, mantém nossas rotinas sob controle, e nossos projetos em bom andamento, mas mal executadas podem gerar crises de magnitudes diversas e desconhecidas.
Ação por impulso, por intuição, por lógica e raciocínio, antecipada, para “inglês ver”, reparatória etc.
Estes são alguns tipos de ações com que, como ferramentas adequadas ou não, lançamos mão a todo instante, e que tem influencia determinante e direta na qualidade da nossa realidade presente e nossas possibilidades futuras.
Muitas vezes uma ação desastrada, mal engendrada, no calor de um evento pode nos desgraçar o aqui e agora, e prender literalmente os nossos dias vindouros.
 Vez por outra nos perguntamos se agimos certo em determinada situação, e se tivéssemos a oportunidade faríamos diferente. Outras vezes nos lamentamos amargamente por não termos agido com determinação e presteza, diante de uma emergência que avaliamos de forma equivocada.
Para situações de crise e emergência ou corriqueiras, contamos com dois circuitos cerebrais distintos que nos permitem avaliar e agir instantaneamente, ou mesmo dar um tempo na ação, se for mais adequado. Um pela via da amígdala, herança de nosso cérebro ancestral, que entra em ação quando estamos em perigo iminente. (assalto, acidente, ataque de animal selvagem).
O outro circuito, apesar de mais lento, oferece resposta de melhor qualidade, no caso de situações do cotidiano.
Qualquer ação bem sucedida demanda de nossa parte, de um conhecimento, o mais real possível, a respeito dos recursos que podemos contar e usar, principalmente numa emergência.
Isto vale para, desde o instante em que somos assediados por algum vendedor mais agressivo, até os casos de assaltos e acidentes.
Ou seja, desde as pequenas ações e decisões cotidianas, até os grandes e fatais acontecimentos.
De toda ação desenvolvida se espera um resultado concreto. O simples ato de pensar em agir não redunda em alguma resposta positiva. Mas a reflexão pode nos dotar de modelos mentais que resultem em ações mais bem sucedidas, quando for o caso.
As idéias não param e são sempre abundantes. Poucas, no entanto saem da prancheta imaginaria, e se transformam em resultados práticos bem sucedidos, se não treinarmos sua execução nas pequenas questões do dia a dia.
É comum em grupos de trabalho, que uma idéia que pareça luminosa, acenda o entusiasmo coletivo, para logo a seguir cair no esquecimento geral, como se nem houvesse existido.
Onde a palavra falada se acende como fogo de palha e se apaga, onde a semente é lançada e não germina o que fazer?
Creio que nestes casos entender e exercitar a mecânica da ação pode ser uma boa opção.
Podemos como mero exemplo nos furtar de antemão, de alguma experiência que envolva risco e stress, antevendo mal resultado, ou podemos nos atirar à experiência com coragem, assumindo as conseqüências boas ou más.
Na dúvida entre agir ou não, creio que agir sempre é a melhor opção, porque, a não ser em casos excepcionais, quase sempre podemos dar um passo atrás e tentar de novo.
A “não ação” não combina com a mecânica do Universo das coisas vivas, e mais se aproxima do que conhecemos como “morte”. E mesmo ai a ação de transformação continua nos processos de fermentação e mutação dos organismos sem vida. Do Pó ao pó, do nascimento à morte. É neste “intermedium” que a ação da Inteligência criadora e mantenedora mantém em constante movimento a ordem e a evolução universais, e escreve em suas entrelinhas uma de suas mais importantes leis.

João Drummond



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