21 de fev. de 2012

Livro digital ou de papel?


Por Camila Camargo

Depois de quase 600 anos, uma invenção que revolucionou o mundo tem finalmente um concorrente forte. Os livros digitais já existem há algum tempo, mas a enxurrada de novos e-readers confirma uma tendência: eles querem fazer parte da sua vida, tal como os livros de papel fazem desde o século XV.

Apesar de estarem na moda, muitas pessoas ainda torcem o nariz para os e-books e se valem de todos os argumentos a favor dos livros de papel. É claro que ambos os formatos possuem suas vantagens e desvantagens e é exatamente isso que vamos abordar neste artigo.
A chegada do Kindle
É possível afirmar que a chegada do leitor de livros digitais Kindle, da Amazon, foi um marco na briga entre os e-books e os livros de papel. Com ele ficou mais fácil transportar e organizar livros, mas sua maior contribuição foi com a melhora no conforto ao ler em uma tela. Com a e-ink, quem já experimentou o aparelho afirma: parece mesmo uma folha de papel.





Para o combate, foram escolhidas seis características: conforto na leitura, mobilidade, meio ambiente, preço, experiência e futuro, e também dez pessoas responderam à pergunta: “o que você prefere: livro digital ou de papel? Por quê?”. As respostas vocês confere a seguir.

Conforto na leitura

Até a chegada dos e-books, a única forma de ler um livro eletrônico era no computador. Entretanto, com o preço ainda elevado dos e-readers, vai demorar um bom tempo até eles serem tão comuns quanto os de papel. Por isso, o monitor tende a ser a única forma de lê-los.

No entanto, é fato que as telas dos e-readers são muito mais confortáveis para ler do que em um monitor, mas mesmo assim, elas ainda perdem para o papel. É justamente o que a revisora do Baixaki, Juliana Hellvig, acha quando afirma: “prefiro um livro de papel. A mim, incomoda ler na posição do monitor, com o brilho da tela e não poder sentir o cheirinho de papel”. Portanto, em questão de conforto, os livros de papel ganham a briga.

Mobilidade

No quesito mobilidade ambos possuem suas vantagens. Para começar, os livros de papel não usam energia, podem ser lidos por horas sem que a bateria acabe e podem ser emprestados sem nenhum problema. O programador do Baixaki, Douglas André, concorda com isso, pois para ele “o livro de papel pode ser acessado a qualquer momento, em qualquer lugar, sem se preocupar com bateria”.

No entanto, apesar dos fatores relacionados à energia, os e-readers podem armazenar centenas de obras em um único lugar, além de terem baterias que duram muito. Por isso, no quesito mobilidade versus quantidade, os leitores digitais ganham.

É o que pensa André Cavanha, do Baijaki. “Eu poderia arquivar vários livros em pouco espaço (diferente de uma biblioteca), posso adquirir um e-book sem sair de casa, pesquisar instantaneamente o significado de palavras e compartilhar com as pessoas os livros de que gosto”. Então, no quesito mobilidade, ponto para o e-reader.




Meio ambiente

Outro ponto de embate entre os livros digitais e os de papel está na questão ambiental. Ainda não há estudos acerca do qual polui mais, mas os livros digitais ocupam apenas armazenamento online, não demandam o corte de árvores, transporte e etc. Contudo, você já pensou quantos recursos são necessários para a produção e manutenção de um leitor digital ou um computador? Neste aspecto, há um empate técnico, pois ambos poluem à sua maneira.

Preço

Apesar de o preço dos e-readers ainda ser proibitivo para muitos, o fato é que os livros digitais são baratos em relação aos de papel. Por não haver custos referentes à impressão, transporte, armazenamento ou acabamento, os e-books são mais baratos (isso quando não são distribuídos de graça).

Já os livros de papel sofrem com os custos de produção, tendo em vista que exigem mais pessoas trabalhando na criação, venda, distribuição e etc. O redator do Baixaki, Allan Valin, concorda que “deixando de lado o valor absurdo dos e-readers, os livros digitais serão, a longo prazo, bem mais em conta que os de papel”.  Por isso, se for considerado apenas o fator e-book, sem contar com os aparelhos usados para a leitura, o livro digital sai na frente no quesito preço.






Experiencia

Quando se trata de experiência de leitura as respostas foram unânimes: nada substitui um livro de papel. Para Rony Santos, estudante, “ler um livro acaba sendo uma experiência sinestésica”. Já a coordenadora de conteúdo do Baixaki, Andressa Xavier, é a favor dos livros de papel “porque adoro cheiro de livro novo, além de poder grifar, dobrar páginas e realizar anotações à vontade”.

A redatora Luísa Barwinski acredita que “depende da situação, prefiro um livro de papel quando vou ler em casa e quero ‘aproveitar". Já o livro digital é mais prático para pesquisa, aulas e assim por diante”.



Fernando D’Aquino, redator do Baixaki, também concorda que os livros de papel são melhores “entretanto, admito que a leitura digital possibilite uma infinidade de recursos impossíveis no papel, como hipermídias”. Sendo assim, ponto para o livro de papel, pois permite que o leitor tenha uma experiência mais rica de leitura.

Futuro

Com a popularização dos aparelhos eletrônicos, é visível o desinteresse das crianças pelos livros. Tendo em vista que elas serão os futuros leitores, a tendência é que e-books sejam os preferidos. Atualmente, a maioria é a favor do livro de papel porque cresceu com eles e apenas há alguns anos o contato cotidiano com os computares se tornou comum.

Portanto, todas as pessoas que responderam à pergunta concordam que os e-books serão amplamente difundidos no futuro e têm condições de desbancar os livros de papel que reinam absolutos desde a era Gutenberg.


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