Sheldon, um dos escritores mais produtivos da
literatura americana contemporânea, que morreu no dia 30 de janeiro de 2007, em Los Angeles , aos 89
anos foi um dos mais bem-sucedidos autores de best-sellers do mundo, além de
dono de uma fortuna que ultrapassou 300 milhões de dólares, talvez a maior
quantia que um escritor tenha conseguido juntar em todos os tempos.
Além de quinze livros, Sheldon escreveu 29 roteiros de
cinema (entre eles Jumbo, de 1962, Desfile de Páscoa, de 1948), 250 scripts de
televisão (Jeannie É um Gênio, Casal 20) e seis shows para a Broadway.
Traduzidas para 51 idiomas, suas obras fizeram tanto
sucesso que Sheldon chegou a concorrer consigo mesmo pelos primeiros lugares
nas listas dos mais vendidos.
No Brasil, que ele visitou algumas vezes, seus livros
chegaram invariavelmente ao topo das listas na categoria ficção. Sheldon não se
preocupava em explicar o próprio fenômeno. "É um dom."
Numa entrevista concedida anos atrás ele dizia:
“Não existe sucesso garantido nesse negócio. Fico em
pânico a cada novo livro. Sempre passa pela minha cabeça a idéia de que não vou
vender um exemplar sequer.
Então, para me tranqüilizar, compro um logo no dia do
lançamento. Pelo menos assim ninguém poderá dizer que o livro não vendeu nada.
Não acho que seja o detentor de uma fórmula cujos ingredientes eu possa
ensinar.
“O fato é que meus livros agradam tanto a um cientista
na Noruega como a um motorista de caminhão na África do Sul, à família real da
Inglaterra ou à primeira-dama dos Estados Unidos…”
“Comecei a escrever aos 10 anos e nunca mais parei.
Era algo forte dentro de mim. Por meu pai, não teria nem começado. Certa vez,
escrevi um poema, botei num envelope e pedi que ele enviasse para um concurso
promovido por uma revista infantil.
Meu pai achou
um absurdo. Muito a contragosto ele botou o envelope no correio, mas substituiu
meu nome pelo de um tio. Duas semanas depois, na hora do almoço, meu tio
comentou que não sabia por que uma revista tinha mandado para ele um cheque de
10 dólares.
Foram os primeiros 10 dólares que ganhei escrevendo.
Aos 17 anos já trabalhava nos estúdios de Hollywood. Eles me pagavam 70 dólares
por semana para transformar livros em roteiros. Portanto ,
estou nesse negócio há muitas décadas.
Quando ainda estava vestindo o uniforme da Força Aérea
escrevi três musicais para a Broadway. Dirigi Cary Grant e outros astros e
estrelas da época.
Sou amigo de gente famosa desde muito jovem. “Talvez
meus críticos, por não saberem como essa gente é de verdade, achem meus
personagens artificiais.”
“Sempre fui a mesma coisa. Quando os editores me
disseram, pela primeira vez, que um livro meu havia chegado à lista de
best-sellers com milhares de cópias vendidas em uma semana, nem me toquei.
Meus roteiros e musicais já haviam sido vistos por
milhares, minhas minisséries por milhões. Há trinta anos todo livro que eu
escrevo entra na lista dos best-sellers.”
“Não escrevo meus livros. Eu os dito para minha
secretária. Posso ditar cinqüenta páginas por dia, se for o caso. Por isso,
poderia facilmente fazer dois a três livros por ano. Mas não faço.
Escrevo um a cada dois anos para manter o padrão.
Depois ela os relê para mim e vou trabalhando nos trechos até me dar por
satisfeito. Como não tenho o trabalho braçal de digitar os textos, sinto-me
leve para refazer um mesmo rascunho muitas e muitas vezes até encontrar a forma
perfeita. Também não tenho um esquema predeterminado, uma trama básica que
depois vou preenchendo com personagens. Comigo se passa o contrário. Primeiro
me vem à mente um personagem e a partir dele é que as ações se desenvolvem.”
“Meu objetivo é que meus leitores, durante as quatro
ou cinco horas que levam para ler um livro, se desliguem do mundo real. Espero
que eles se envolvam tanto com os personagens que esqueçam seu cotidiano e
façam uma viagem por um mundo fantasioso. Meus livros são feitos para
divertir.“
http://www.bookess.com/blog/06-08-2010/sucesso-de-escritor-e-sorte-licoes-de-um-mestre.html
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