23 de abr. de 2012

Escritor de Sucesso. Lições de Um Mestre



Sheldon, um dos escritores mais produtivos da literatura americana contemporânea, que morreu no dia 30 de janeiro de 2007, em Los Angeles, aos 89 anos foi um dos mais bem-sucedidos autores de best-sellers do mundo, além de dono de uma fortuna que ultrapassou 300 milhões de dólares, talvez a maior quantia que um escritor tenha conseguido juntar em todos os tempos.
Além de quinze livros, Sheldon escreveu 29 roteiros de cinema (entre eles Jumbo, de 1962, Desfile de Páscoa, de 1948), 250 scripts de televisão (Jeannie É um Gênio, Casal 20) e seis shows para a Broadway.
Traduzidas para 51 idiomas, suas obras fizeram tanto sucesso que Sheldon chegou a concorrer consigo mesmo pelos primeiros lugares nas listas dos mais vendidos.
No Brasil, que ele visitou algumas vezes, seus livros chegaram invariavelmente ao topo das listas na categoria ficção. Sheldon não se preocupava em explicar o próprio fenômeno. "É um dom."

Numa entrevista concedida anos atrás ele dizia:
“Não existe sucesso garantido nesse negócio. Fico em pânico a cada novo livro. Sempre passa pela minha cabeça a idéia de que não vou vender um exemplar sequer.
Então, para me tranqüilizar, compro um logo no dia do lançamento. Pelo menos assim ninguém poderá dizer que o livro não vendeu nada. Não acho que seja o detentor de uma fórmula cujos ingredientes eu possa ensinar.
“O fato é que meus livros agradam tanto a um cientista na Noruega como a um motorista de caminhão na África do Sul, à família real da Inglaterra ou à primeira-dama dos Estados Unidos…”

“Comecei a escrever aos 10 anos e nunca mais parei. Era algo forte dentro de mim. Por meu pai, não teria nem começado. Certa vez, escrevi um poema, botei num envelope e pedi que ele enviasse para um concurso promovido por uma revista infantil.
 Meu pai achou um absurdo. Muito a contragosto ele botou o envelope no correio, mas substituiu meu nome pelo de um tio. Duas semanas depois, na hora do almoço, meu tio comentou que não sabia por que uma revista tinha mandado para ele um cheque de 10 dólares.
Foram os primeiros 10 dólares que ganhei escrevendo. Aos 17 anos já trabalhava nos estúdios de Hollywood. Eles me pagavam 70 dólares por semana para transformar livros em roteiros. Portanto, estou nesse negócio há muitas décadas.
Quando ainda estava vestindo o uniforme da Força Aérea escrevi três musicais para a Broadway. Dirigi Cary Grant e outros astros e estrelas da época.
Sou amigo de gente famosa desde muito jovem. “Talvez meus críticos, por não saberem como essa gente é de verdade, achem meus personagens artificiais.”
“Sempre fui a mesma coisa. Quando os editores me disseram, pela primeira vez, que um livro meu havia chegado à lista de best-sellers com milhares de cópias vendidas em uma semana, nem me toquei.
Meus roteiros e musicais já haviam sido vistos por milhares, minhas minisséries por milhões. Há trinta anos todo livro que eu escrevo entra na lista dos best-sellers.”
“Não escrevo meus livros. Eu os dito para minha secretária. Posso ditar cinqüenta páginas por dia, se for o caso. Por isso, poderia facilmente fazer dois a três livros por ano. Mas não faço.
Escrevo um a cada dois anos para manter o padrão. Depois ela os relê para mim e vou trabalhando nos trechos até me dar por satisfeito. Como não tenho o trabalho braçal de digitar os textos, sinto-me leve para refazer um mesmo rascunho muitas e muitas vezes até encontrar a forma perfeita. Também não tenho um esquema predeterminado, uma trama básica que depois vou preenchendo com personagens. Comigo se passa o contrário. Primeiro me vem à mente um personagem e a partir dele é que as ações se desenvolvem.”
“Meu objetivo é que meus leitores, durante as quatro ou cinco horas que levam para ler um livro, se desliguem do mundo real. Espero que eles se envolvam tanto com os personagens que esqueçam seu cotidiano e façam uma viagem por um mundo fantasioso. Meus livros são feitos para divertir.“


http://www.bookess.com/blog/06-08-2010/sucesso-de-escritor-e-sorte-licoes-de-um-mestre.html

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