14 de jun. de 2010

O Novo Ciclo Cultural de Sete Lagoas


Sete Lagoas dá sinais claros de empreendorismo cultural. Tímido é verdade, mas que já pode ser percebido sem a lupa da garimpagem crítica habitual.

O problema é que estamos ainda, só tocando na superfície deste iceberg que é o desalento, desinteresse e desatenção de nossa sociedade quando o assunto é cultura.
Muito há que se fazer, e é muito difícil se superar estas dúvidas que dominaram a nossa opinião pública, quanto aos efeitos de ações pontuais e esporádicas, sobre o grande déficit cultural acumulado a partir de padrões históricos locais.
Ou seja, por mais que se faça ainda assim parecerá e será pouco, considerando que estamos tentando superar carências de políticas culturais, acumuladas ao longo de décadas e décadas.
Sete Lagoas não tem tradição cultural, e isto é um fato. Documentos se perdem ou são jogados fora, nossos poetas, autores, historiadores, caem na vala do esquecimento e do desinteresse das novas gerações, preparadas para assimilar desde tenras idades as novas teorias sobre o aprendizado e conhecimento, e a jogar fora as memórias e os valores ancestrais.
Ler e escrever vem se tornando hábitos cada vez mais fora de moda, já que se escancaram à nossa frente ferramentas de multimídia de ultima geração, para pensar e agir por nós.
Existe um fosso cada vez maior entre as gerações que produziram cultura no passado e as novas gerações que muito apostam na cultura digital.
Nem tanto ao céu, nem tanto a terra. Temos que encontrar o equilíbrio entre o novo e as tradições, e as gerações devem abrir mão de suas respectivas desconfianças e unirem-se no que cada qual tem de melhor.
Assim também temos que fazer o balanço correto entre as coisas da terra e as de fora, não fazendo barreiras, e muito menos escancarando a cidade para culturas alienígenas.
Sem censuras, mas com critérios. Temos na cidade bons projetos que não recebem o beneplácito e a boa vontade de poder público local ou de parceiros da iniciativa privada apenas por serem locais.
Precisamos encontrar a maneira correta de sermos cidadãos locais, sem nos tornamos localistas e sectários. Mas também temos que ser cidadãos do mundo, sem perder a nossa identidade e integridade como povo.


                                                      João  Drummond



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