16 de Fevereiro de
2012
Será que existe o Dia da Esperança? Se não existe eu
sugiro o dia 16 de fevereiro. E o que
tem este dia de tão especial para receber tão importante desígnio?
Um dia aparentemente comum, mas que se tornou especial
para este cronista, por alguns fatos positivos marcantes e por outros na
verdade, muito particulares.
O fato mais positivo é sem duvida, a aprovação da lei
da ficha limpa, que passou a vigorar para as eleições deste ano. É claro que
nem todos vão votar comigo nomeando o Dia da Esperança por este motivo.
Contra os sete ministros do supremo que nos
surpreenderam, dando ao país a esperança de uma limpeza ética na política, e um
arejamento no contaminado campo da vida publica, ainda restaram quatro ministro,
menos sintonizados com esta realidade paradoxal em que vivemos.
Acreditam que a justiça é ainda aquela senhora idosa,
mais apegada às regras e às tradições das leis, do que ao serviço cotidiano que
pode exercer tanto nas demandas jurídico/legais, quanto no exemplo que deveria
promover, na formação de uma consciência cada vez mais cidadã.
É claro que estes ministros e os que pensam como eles,
alem dos “ficha-suja” nunca votariam neste dia como o Dia da Esperança, por
razões óbvias.
A condenação de Lindemberg Alves pelo assassinato da
menina Eloá, e por outros onze crimes, poderia ser mais um motivo a favor.
Esta é uma condenação emblemática. Muitos vão alegar
que esta pena não resolve a questão da violência contra a mulher, e é verdade,
mas ela nos trás a esperança de que o Brasil esteja deixando de ser o país da
impunidade e das leis brandas, para finalmente ter a maturidade de dar
respostas exemplares contra crimes desta e de outras naturezas. Com este
julgamento fica também definitivamente sepultada a tese, tão aceita em tribunal
conservadores, de que se mata em defesa da honra e por amor.
Este fato, como peso na votação do Dia da Esperança, teria
contra si o próprio Lindemberg, (que provavelmente não pode votar em
plebiscitos), sua advogada de defesa e aqueles que compartilham dos mesmos
pontos de vista.
Alguns fatos são de motivação muito pessoal, e não
compensaria mencioná-los nesta crônica porque não teriam nenhum peso na votação
proposta.
Dizer que meu time venceu, que meu filho passou num
concurso importante, que degustei no almoço a minha comida preferida desde a
infância, que consegui me curar de uma antiga gripe alérgica, é querer usar de
banalidades do cotidiano para favorecer e mesmo fraudar uma votação tão
importante.
Mas pensando bem a vida é constituída, em grande parte,
por rotinas e banalidades. Poderia dizer que numa estrada longa de rotinas,
sofremos eventualmente pequenos ou grandes acidentes que afetam para o bem ou
para o mal os nossos planos de viagem.
A vida não é na verdade uma viagem tão monótona, e não
temos, como pensamos às vezes, tanto controle sobre ela.
Grande parte é composta pelas sensações e emoções
estimuladas pelo cardápio variado, servido gratuitamente nas vitrines
midiáticas.
Estamos tão viciados nestas doses maciças de drogas
psíquicas que as plataformas de comunicação nos oferecem, que a morte, a
violência, as grandes e pequenas tragédias se tornaram banais.
São os games a nos convencer rotineira e monotonamente
que as imagens dramáticas que vemos todos os dias, são apenas imagens de um
filme de ficção.
Ficamos tão insensíveis e abestalhados neste processo
de massificação, que nos tornamos incapazes de ouvir ou ler uma poesia, ou de
perceber que no meio das pedras do deserto da humanidade, germinou e nasceu
heroicamente uma flor de esperança.
João Drummond
Ai, está tão difícil ter esperança... Mas temos que ter alguma para seguirmos em frente, pois a esperança (ao meu ver), temos que ter em nós, não ficar colocando esperança nos outros.
ResponderExcluirGostei do texto!
Abç,
Jason
http://contosdouniversoparalelo.blogspot.com/
João, como vai?
ResponderExcluirMeu nome é Jussara.
Agradeço muitíssimo a informação de como proceder para receber os direitos autorais pela Amazon, após lançar o livro.
Peço a gentileza de entrar em contato pelo meu email:jussara.so.moura@gmail.com