6 de fev. de 2013

Xamãs – Embaixadores do Sagrado (Uma Experiência na Aldeia Nativa)


Diante das expressões “Xamã” ou “Xamanismo” tendemos, de forma equivocada, a associá-las a praticas de curandeirismo ou pajelança, comum dentre povos nativos, como um modelo de medicina limitada, recheada de crendices e superstições.
Os pajés seriam então, personagens qualificados destas tribos, que buscariam, com o concurso de raízes, plantas e rituais, a cura de membros da tribo acometidos por males de natureza desconhecida, atribuídos, freqüentemente aos maus espíritos.
Esta visão míope e preconceituosa é própria de uma sociedade que perdeu suas conexões com os aspectos sagrados da vida.
Nós, como personalidades práticas, utilitaristas e cínicas em que nos transformamos, subprodutos da sociedade de consumo e da informação, adotamos, em nossa atitude egoísta, uma visão limitada da vida, incapazes de percebermos os espectros de múltiplas vibrações que constitui o Universo que nos rodeia e nos acolhe.
Seria como se cegos e arrogantes, estivéssemos a duvidar de pessoas que, com visão ampliada se referissem a luzes, cores e imagens que não pudéssemos perceber e reconhecer.
Não é tarefa fácil se definir Xamanismo para uma sociedade que perdeu as conexões com sua natureza sagrada e sutil.
O Xamã, segundo Denise Mascarenhas, (guardiã da Aldeia Nativa), seria um interlocutor qualificado entre o plano prático e o espiritual que, dentro da urgência da urbanidade moderna, somos levados a menosprezar e desconsiderar.
O Xamanismo se expressaria em sua forma sublime na capacidade de se estabelecer, em alto nível, esta conexão entre os planos sutis do Universo e o que conhecemos como realidade pratica.
As noções de Xamanismo nos chegam de forma limitada, dentre outras, pelo conhecimento da cultura celta e através dos nativos norte-americanos. Quem teve oportunidade de ler livros de Carlos Castanheda há de se lembrar do pajé dom Juan e das experiências relatadas pelo autor, quando em estado alterado de consciência, em geral com uso de drogas alucinógenas.
O uso destas drogas tem sido associado muitas vezes às praticas Xamanicas, como no caso das seitas Santo Daime e União do Vegetal, e em função disto desqualificadas por leigos e curiosos como práticas sagradas.
O uso de drogas, conquanto seja uma tradição entre muitos povos nativos não é um procedimento corriqueiro em rituais Xamanicos, mesmo porque sua função de acelerar estados de êxtase pode ser promovida também, em exercidos ritualísticos, ao se ativar, concomitante com nossas intenções, glândulas entorpecidas, que passam a alimentar de forma qualificada o poderoso e complexo laboratório cerebral.
Este laboratório incutido em nosso sistema orgânico pela mãe natureza é capaz de produzir qualquer droga conhecida ou desconhecida de que necessitamos de forma otimizada, para nossa cura e formação de um ser integral e saudável em todos os sentidos.
Dispensa sua aplicação de maneira forçada e artificial com seus indesejados efeitos colaterais.
Pude sentir isto claramente, numa sessão da Aldeia Nativa, quando em exercícios propostos por sua guardiã, Denise Mascarenhas, problemas de natureza alérgico/ respiratórios, que me acompanham diuturnamente, simplesmente não deram o ar da graça.
Ficou claro para mim que me ambiente purificado energeticamente a vida se processa em alto nível e como numa câmara descontaminada, a saúde é a regra e não a exceção.


                                                                   João Drummond



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