Diante
das expressões “Xamã” ou “Xamanismo” tendemos, de forma equivocada, a
associá-las a praticas de curandeirismo ou pajelança, comum dentre povos
nativos, como um modelo de medicina limitada, recheada de crendices e
superstições.
Os
pajés seriam então, personagens qualificados destas tribos, que buscariam, com
o concurso de raízes, plantas e rituais, a cura de membros da tribo acometidos por
males de natureza desconhecida, atribuídos, freqüentemente aos maus espíritos.
Esta
visão míope e preconceituosa é própria de uma sociedade que perdeu suas
conexões com os aspectos sagrados da vida.
Nós,
como personalidades práticas, utilitaristas e cínicas em que nos transformamos,
subprodutos da sociedade de consumo e da informação, adotamos, em nossa atitude
egoísta, uma visão limitada da vida, incapazes de percebermos os espectros de
múltiplas vibrações que constitui o Universo que nos rodeia e nos acolhe.
Seria
como se cegos e arrogantes, estivéssemos a duvidar de pessoas que, com visão ampliada
se referissem a luzes, cores e imagens que não pudéssemos perceber e
reconhecer.
Não
é tarefa fácil se definir Xamanismo para uma sociedade que perdeu as conexões
com sua natureza sagrada e sutil.
O
Xamã, segundo Denise Mascarenhas, (guardiã da Aldeia Nativa), seria um
interlocutor qualificado entre o plano prático e o espiritual que, dentro da
urgência da urbanidade moderna, somos levados a menosprezar e desconsiderar.
O
Xamanismo se expressaria em sua forma sublime na capacidade de se estabelecer,
em alto nível, esta conexão entre os planos sutis do Universo e o que
conhecemos como realidade pratica.
As
noções de Xamanismo nos chegam de forma limitada, dentre outras, pelo
conhecimento da cultura celta e através dos nativos norte-americanos. Quem teve
oportunidade de ler livros de Carlos Castanheda há de se lembrar do pajé dom
Juan e das experiências relatadas pelo autor, quando em estado alterado de
consciência, em geral com uso de drogas alucinógenas.
O
uso destas drogas tem sido associado muitas vezes às praticas Xamanicas, como
no caso das seitas Santo Daime e União do Vegetal, e em função disto
desqualificadas por leigos e curiosos como práticas sagradas.
O
uso de drogas, conquanto seja uma tradição entre muitos povos nativos não é um
procedimento corriqueiro em rituais Xamanicos, mesmo porque sua função de
acelerar estados de êxtase pode ser promovida também, em exercidos
ritualísticos, ao se ativar, concomitante com nossas intenções, glândulas
entorpecidas, que passam a alimentar de forma qualificada o poderoso e complexo
laboratório cerebral.
Este
laboratório incutido em nosso sistema orgânico pela mãe natureza é capaz de
produzir qualquer droga conhecida ou desconhecida de que necessitamos de forma
otimizada, para nossa cura e formação de um ser integral e saudável em todos os
sentidos.
Dispensa
sua aplicação de maneira forçada e artificial com seus indesejados efeitos
colaterais.
Pude
sentir isto claramente, numa sessão da Aldeia Nativa, quando em exercícios
propostos por sua guardiã, Denise Mascarenhas, problemas de natureza alérgico/
respiratórios, que me acompanham diuturnamente, simplesmente não deram o ar da graça.
Ficou
claro para mim que me ambiente purificado energeticamente a vida se processa em
alto nível e como numa câmara descontaminada, a saúde é a regra e não a
exceção.
João Drummond
Nenhum comentário:
Postar um comentário